Todas as pessoas precisam fazer coisas que nem sempre estão com vontade ou animadas. Por exemplo: levantar cedo da cama para trabalhar; limpar a casa; ajudar os filhos nas tarefas escolares; frequentar uma academia; estudar para se aprimorar na profissão; …. Normalmente, a pessoa que se esforça ou cumpre as suas responsabilidades, em algum momento da vida sentirá satisfação e conseguirá colher os bons resultados da sua dedicação (alguns mais rapidamente e outros demoram um pouco mais). Apesar desses compromissos fazerem parte da vida, muitas pessoas encaram como um fardo, martelando na cabeça o quanto é chato e custoso fazer isso ou aquilo. Interpretar de forma tão negativa atividades cotidianas pode tornar a vida difícil e sem graça, levando a pessoa se sentir frustrada, cansada, pressionada e angustiada, pegando raiva e não vendo sentido naquilo que está fazendo, deixando de aproveitar os ganhos da sua dedicação, não enxergando as “pequenas e grandes” conquistas do seu dia a dia.
De alguma forma, parece que a nossa sociedade coloca cada vez mais a ideia de que para “ser feliz” ou “alguém de sucesso”, é preciso fazer coisas muito “grandiosas”. Por exemplo: subir a maior montanha do mundo, ganhar muito dinheiro para comprar roupas, carros ou eletrônicos de “tal marca”, ter filhos que falam várias línguas e tiram 100 em quase todas as provas… É como se todas as conquistas devessem ser “extraordinárias”, como se a “qualidade e o valor” da vida de uma pessoa fosse quantificada por “eu tenho mais, sou o melhor, consegui o maior ou fiz em menos tempo”. Isso se torna sufocante e destrutivo para uma sociedade. Acredito que isso gera para uma boa parte da população dificuldade em desenvolver autoaceitação e boa autoestima, porque, baseado nessa ideia, as pessoas não respeitarão as suas próprias características e não conseguirão reconhecer o seu próprio valor.
Em algumas pessoas essa pressão causa sensação de grande frustração e fracasso, elas ficam se comparando com o “fulano” ou “beltrano”, dificultando que reconheçam as suas próprias conquistas e qualidades. Assim, muitas acabam se desmotivando, porque desvalorizam as atividades cotidianas que realizam, não vendo a beleza na simplicidade dos seus “pequenos” comportamentos positivos no dia a dia.
Dessa forma a responsabilidade é vista como um peso, uma obrigação (negativa) e algo “sem graça”, que “não leva a lugar nenhum”. Com o passar do tempo, a pessoa fica mais e mais contaminada por esse pensamento destrutivo (enfraquece a sua autoestima), acumulando sentimentos negativos, aumentando a insatisfação pessoal e profissional, não conseguindo curtir e aproveitar os frutos de todo o seu esforço.
A maior parte das pessoas que tiveram grande sucesso nas suas vidas não consideravam os pequenos movimentos e esforços como algo desnecessários ou sem valor, pelo contrário, elas sabiam a importância deles para construir e manter as bases firmes e sólidas para as suas conquistas.
Pensando em tudo isso, a pessoa pode analisar aquilo que realmente pode descartar das atividades que ela não gosta de fazer, e aquilo que é essencial manter para estar organizada para a sua vida. É importante refletir:
É indicado o acompanhamento psicológico quando a pessoa não consegue interromper os pensamentos negativos, vendo tudo como algo pesado e sem graça, constantemente se lamentando por cada compromisso. Essa forma de encarar e lidar com os compromissos pode ser sinal de transtorno de ansiedade, estresse ou depressão.
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