Todas as pessoas passam por momentos que geram estresse, tristeza, conflitos, decepções, … isso faz parte da vida. É natural que depois de uma situação difícil, a maioria queria compartilhar os seus sentimentos com as pessoas próximas, dizendo o que aconteceu e como se sentiu. Têm aqueles que desabafam e têm outros que reclamam. A forma que a pessoa relata sobre o que viveu reflete como ela conduz a sua vida e lida com os seus problemas, ou seja, se ela busca a solução ou prolonga o problema, tornado ele maior do que realmente “é”.
RECLAMAR:
As pessoas que reclamam costumam falar sobre os seus problemas dramatizando muito, tornando cada acontecimento (por “menor” que seja) em algo muito ruim, como se tudo que acontecesse na sua vida fosse difícil demais para resolver. É o eterno insatisfeito. Não busca a solução, apenas quer reclamar e falar dos seus descontentamentos, vomitando os seus problemas para boa parte dos seus conhecidos.
A pessoa não filtra e nem seleciona para quem irá contar as suas frustrações. Conta tudo o que vem à sua cabeça. Distorce os fatos e se vê como uma vítima, responsabilizando os outros e o mundo por todo o seu sofrimento, abrindo mão da sua autonomia, não tendo compromisso com a própria vida para tentar mudar ou melhorar a situação. Sem perceber, a pessoa que reclama constantemente é desagradável, e por isso os outros costumam se afastar dela por a acharem amarga e negativa.
Todo mundo pode ter momentos de reclamação, de estar mais inseguro e “azedinho”, isso é normal! Mas se torna um problema quando essa reclamação é algo contínuo e permanente na vida pessoa.
OBS> faço uma ressalva dentro dessa questão de pessimismo, negativismo, insegurança, …, muitas pessoas “reclamonas” podem estar sofrendo de um estresse ou um transtorno mental, como por exemplo, a depressão. É indicada a avaliação com o psicólogo para essas pessoas (tanto quem tem depressão ou outro transtorno mental, quanto aquela pessoa que é insegura, pessimista ou está estressada).
DESABAFAR:
O desabafar não é falar a cada minuto sobre todas as dificuldades de sua vida. Quem desabafa fala sobre questões pontuais, contextualizando o que viveu, comentando os problemas e as dores emocionais buscando apoio e amparo. Consegue ter a empatia para ouvir os outros também falarem sobre os problemas deles.
Aquele que desabafa consegue falar sobre outros assuntos, podendo se distrair com outras coisas (já o reclamão fica em “looping”, repetindo várias vezes as suas reclamações sem sair do lugar).
A pessoa que desabafa costuma pedir ajuda com a intenção de enfrentar o seu problema. Ela busca encontrar uma solução ou uma diminuição do seu sofrimento. Normalmente é mais resiliente, encarando os fatos, encontrando formas para melhorar a sua condição, fazendo as mudanças necessárias e assim seguindo a sua vida (diferente de quem reclama que “não quer” mudar, escutar ou reavaliar a sua vida, apenas continua a se vitimizar).
É importante que as pessoas entendam que o ideal é o equilíbrio, nem 8 e nem 80. É necessário olhar para aquilo que incomoda, que magoa ou machuca, podendo compartilhar com as pessoas de “confiança”, selecionando aquilo que realmente é uma problemática na vida, diferenciando daquilo que são “pequenas” dificuldades do dia a dia. Ignorar todos os problemas e os sentimentos, fazendo de conta que nunca tem dificuldade, que sempre está bem e feliz com a vida é tão ruim quanto ser reclamão. A pessoa que quer ser super herói, que nada o abala, pode estar se enganando e se escondendo, distanciando-se do seu autoconhecimento, tendo grande desgaste emocional e prejuízos psicológicos. Por esse motivo, para essas pessoas também é indicado acompanhamento e tratamento com o psicólogo.
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