Depressão e ansiedade durante o tratamento do câncer de mama / Como o psicológico da mulher pode ser atingido


Uma a cada 3 mulheres desenvolvem depressão e/ou ansiedade durante o tratamento do câncer de mama. Muitos medos, mudanças e estresses podem surgir. O corpo pode responder melhor ou pior ao tratamento dependendo do estado emocional da pessoa. Isso significa que é necessário cuidado e atenção tanto para o corpo quanto para o emocional da mulher em tratamento do câncer de mama.  Por esse motivo é importante compreender como o câncer pode afetar e influenciar os pensamentos e a autoestima de quem está nesse processo.

O seio e o cabelo da mulher têm significado muito forte na nossa cultura. Por exemplo, o seio e o cabelo estão associados a:

  • Ser mãe e amamentar (e junto a isso: ser cuidadora e acolhedora).
  • Sensualidade e a sexualidade da mulher.
  • O cabelo (curto ou longo) representa “ser feminina”.

Esses significados do que é “ser mulher e ser feminina” estão tão enraizadas na nossa sociedade, que a mulher pode se sentir atingida na sua própria identidade durante o tratamento do câncer de mama.

A forma que a mulher vai reagir ao câncer dependerá de:

  • Prognóstico (tamanho do tumor, histórico familiar, …)
  • Personalidade e forma como lida com os problemas (antes do câncer) – A pessoa que já conseguia superar os conflitos mais positivamente  terá (provavelmente) mais “habilidade e paciência” para lidar com o tratamento do câncer de mama comparada àquela mulher que tinha dificuldade para enfrentar os “pequenos” obstáculos da vida.
  • Motivação ou desesperança– A pessoa motivada será mais ativa e participativa no seu tratamento, seguindo as recomendações médicas, continuando a fazer suas atividades do dia a dia (organizando dentro das suas possibilidades), pedindo ajuda aos amigos e familiares. Essa postura diante do câncer ajuda o seu corpo responder melhor ao tratamento. A mulher desesperançosa terá dificuldade para se sentir “dona de si”, poderá ficar resistente ao tratamento, não querendo comparecer as sessões, ficando sem energia para enfrentar o câncer de mama.

A mulher pode ter “crises” nas suas relações (com amigos, filhos, par amoroso) durante o tratamento. Ela pode ser “consumida” pelas suas inseguranças e medos caso não consiga entrar em contato com suas emoções e consigo mesma.  Por exemplo (essas questões podem ser conscientes ou inconscientes):

  • Com o marido – imagina que não é mais atraente e começa a se sentir rejeitada pelo marido (mesmo o marido dizendo que se sente atraído por ela e a ama). Afasta o seu parceiro se isolando ou sendo agressiva com ele.
  • Com seus filhos e amigos – acredita que não poderá ser a mulher que era antes, sente incapaz de ser atenciosa, amiga e acolhedora. Evita sair de casa e ir a eventos com amigos. Começa a ter conflitos com os filhos ou evita ficar perto deles.
  • Com a sociedade – pensa que será julgada e mal vista pelos outros, sente vergonha por estar em tratamento do câncer de mama.

O seio que representava acolhimento, sensualidade e de certa forma simbolizava a sua identidade, agora no tratamento do câncer de mama (o seio)  gera incertezas, medo e angústia pela sua vida, trazendo mudanças na sua rotina, o que pode desencadear sintomas de ansiedade e depressão (desânimo, tristeza, inquietude, pessimismo, não consegue relaxar, irritação, tensão, …).

É importante que a mulher fale sobre suas dificuldades durante o tratamento do câncer de mama, é fundamental o apoio da sociedade (por exemplo: grupo de mulheres com câncer de mama), o acolhimento dos amigos e familiares, e o acompanhamento com o psicólogo. Dessa forma, ela poderá sentir mais compreendida e fortalecida para enfrentar esse momento.

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