A pessoa precisa tomar cuidado para não acumular uma bagagem de mágoas e negativismo durante a sua vida, porque o peso dessa carga de ressentimentos atrapalha ela seguir em frente. A mágoa pode contaminar o humor e a motivação da pessoa, por exemplo: ela pode ficar “azeda”, desconfiada, achando que os outros estão querendo atacá-la e machucá-la. Pode ficar desorganizada na sua rotina, perdendo o foco naquilo que a faz bem e a estimula, porque a sua mente está cheia de lembranças doloridas.
Muitas vezes é a própria pessoa quem alimenta o sofrimento, carregando essas mágoas por muito tempo, vitimizando-se, acusando alguém ou acusando a vida de ser injusta ou ingrata, ficando paralisada e presa a essa dor. Mesmo tendo acabado a situação que gerou mágoa, mesmo os problemas não existindo e não fazendo mais parte de sua vida, a pessoa continua revivendo a dor, relembrando o momento que “acabou” com sua vida.
Faz parte ficar triste, irritado e incomodado com os problemas e traumas. A pessoa precisa viver as suas emoções doloridas, é saudável e necessário colocá-las para “fora” e deixar os sentimentos se manifestarem. Mas é prejudicial quando não consegue sair desse estado de reviver o sofrimento. É preciso o equilíbrio, nem 8 e nem 80, nem ignorar as emoções e nem ficar relembrando as dores por toda a vida.
Para não ficar refém das mágoas, é importante administrar os sentimentos e os pensamentos. É interessante avaliar como olha para as coisas e o grau de importância que dá para cada situação:
*Quais sãos as minhas mágoas? Por que me apego tanto a elas?
* Costumo carregar mágoas que não fazem mais parte do meu cotidiano e da
minha vida? Por que será que elas ainda me atormentam e são tão presentes?
*Costumo encarar os acontecimentos de forma negativa? Coloco-me como uma pessoa frágil e passiva, vítima, sem autonomia? Ou tento encontrar formas de enfrentar os meus medos, encarar as minhas dores emocionais e procurar soluções para os meus dilemas?
*Será que minhas lembranças podem ser vistas de forma menos doloridas?
Essas perguntas ajudam a pessoa refletir sobre a quantidade de mágoas que ela arrasta para a sua vida, e também em como esses ressentimentos atingem e afetam a sua autoestima, as suas relações e a sua forma de ver o mundo.
O autoconhecimento é o primeiro passo para superar as mágoas. Assim a pessoa entenderá quais os significados que dá para cada acontecimento na sua mente. A partir disso, ela poderá dar um novo sentido para suas lembranças, reescrevendo a sua história de forma menos sofrida e mais vitoriosa. Sentindo-se mais capaz para se libertar das mágoas. O cérebro começará a ver mais positivamente o que aconteceu. Por exemplo: “eu sobrevivi a tudo isso, e agora posso escolher um novo caminho para minha vida”.
Ela poderá sair do papel de vítima e tentar construir uma nova forma de ver a sua própria história. A mágoa deixará de ser presente e abrirá espaço para uma vida sem medos, pois ela não estará mais presa aquilo que não faz mais parte do seu dia a dia. Ela poderá escolher pessoas e ambientes mais saudáveis para si.
É indicado o acompanhamento com o psicólogo quando a pessoa não consegue se libertar das dores emocionais, ficando presa as suas mágoas.
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