A raiva é uma emoção intensa e poderosa, que pode gerar desgastes e problemas na vida, ou então pode motivar a vencer obstáculos. A raiva é positiva quando ajuda a pessoa a querer mudar, a se superar e a conquistar objetivos. Para isso, é importante compreender quando a raiva surge, de que forma ela influencia as ações e as decisões. Após esse entendimento sobre si, a pessoa pode tornar a sua raiva em uma força interna que a direciona para uma vida saudável e de sucesso. Para conseguir isso, é preciso perceber a diferença entre raiva positiva e negativa:
- A raiva é negativa quando a pessoa se deixa levar pelas suas emoções, não conseguindo ver ou ouvir além de seus desejos, ideais ou perspectivas, perdendo a razão, agindo de forma impulsiva, reativa ou agressiva, prejudicando a si mesma e/ou prejudicando os outros. Fica “cega” de raiva, tendo reações desproporcionais, brigando por “pouca coisa”, fazendo de tudo para provar que está certa, que é capaz ou que as coisas devem sair do jeito que quer. A pessoa não enxerga os seus erros. A raiva passa a afetar a sua reputação e as suas relações. A sua vitória não é para si, é para se vingar ou para “esfregar” na cara daquele que a magoou, maltratou ou subestimou.
- A raiva é positiva quando a pessoa consegue avaliar a situação sem se “contaminar” pela sua irritação ou frustração. Ela leva em conta o contexto daquele momento, conseguindo dosar e administrar a sua raiva para agir da melhor forma possível. A raiva serve como um impulso para refletir ou para agir, mas a pessoa não age sem pensar e sem considerar as consequências das suas ações.
A raiva pode sim impulsionar e gerar movimento, mas é preciso ter cuidado. É um combustível que tem que ser usado com sabedoria. A raiva não pode consumir ou envenenar a autoestima ou a energia da pessoa. Para conseguir direcionar a raiva de forma positiva, é interessante refletir:
- Sobre si mesma – Por que essa situação me incomodou tanto? Será que tenho questões mal resolvidas? Ou tenho dificuldade de aceitar limites e opiniões diferentes das minhas? Quero ter o controle sobre tudo e me incomodo quando as coisas não saem do jeito que eu gostaria?
- Sobre as suas necessidades, os seus desejos e os seus limites – Sinto falta de algo na minha vida? Estou estressado e me irritando porque me sinto frustrado? Me cobro muito e não consigo me dar uma folga, quero que tudo seja perfeito? Consigo dizer “não” de forma firme, clara e consciente, estabelecendo limites com aquilo que me incomoda?
- Sobre amor próprio – Me trato com respeito? Penso em como posso me ajudar a superar os obstáculos e os meus medos ou digo coisas ruins a mim mesmo, me colocando p/ baixo? Como posso ir atrás daquilo que me faz bem de forma ética e saudável?
É importante identificar quais são as fontes de frustrações e insatisfações, buscando alternativas para lidar com os problemas e para mudar o estilo de vida. A pessoa pode substituir pensamentos negativos por pensamentos que vão motivá-la a alcançar os seus objetivos ou pensamentos que vão ajudar a se sentir melhor, ter prazer, autonomia e ter leveza na sua vida. É fundamental criar um sentido maior para a vida, dando valor àquilo que realmente vale a pena e que é prioridade para o bem estar físico e mental.
Quando a pessoa está com raiva, é interessante sair, respirar, refletir e só depois tomar a sua decisão. É interessante pensar: “Como eu agiria se não estivesse com raiva?”. Assim, a pessoa pode se concentrar naquilo que é realmente importante e possível. Dessa forma a pessoa pode controlar a sua impulsividade destrutiva, não alimentando pensamentos negativos repetitivos que a geram sofrimento, estresse ou agressividade. É indicado o acompanhamento com o psicólogo quando a pessoa não consegue fazer isso sozinha.
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